

EUA revoga visto de Alexandre de Moraes por 'caça às bruxas' contra Bolsonaro
Os Estados Unidos revogaram nesta sexta-feira (18) o visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, horas depois que ele restringiu as atividades do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de Estado.
"A caça às bruxas política do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola os direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende para além das fronteiras do Brasil para visar americanos", disse o Secretário de Estado Marco Rubio em comunicado.
Rubio assinalou que as restrições de visto também seriam aplicadas aos juízes que apoiarem Moraes no tribunal, bem como aos membros imediatos de suas famílias.
Moraes enfrenta há muito tempo embates com Bolsonaro, um aliado do presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Tanto Trump quanto Bolsonaro alegam ser vítimas de perseguição política, e o primeiro frequentemente ataca verbalmente os juízes nos Estados Unidos por causa de suas decisões.
Bolsonaro é acusado de planejar um golpe semelhante ao 6 de janeiro de 2021 nos Estados Unidos, quando o prédio do Capitólio foi invadido por apoiadores de Trump após sua derrota eleitoral para o presidente Joe Biden.
No dia 8 de janeiro de 2023, apoiadores de Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, enquanto pediam uma intervenção militar contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou o líder de extrema direita nas eleições.
A ordem de Rubio chega após Moraes determinar uma série de medidas cautelares contra Bolsonaro -- que foram confirmadas pela Primeira Turma do STF --, como o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento noturno, a proibição de sair de casa aos finais de semana, de usar as redes sociais e de se encontrar com autoridades diplomáticas de outros países
Trump já anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos do Brasil exportados aos Estados Unidos para pressionar o país e o presidente Lula.
I.Frank--MP