

China afirma que defenderá 'justiça' em negociação comercial com Estados Unidos
A China prometeu nesta quarta-feira (7) que defenderá a "justiça" em suas negociações comerciais com os Estados Unidos, as primeiras desde que o presidente Donald Trump desestabilizou os mercados globais ao impor tarifas a todos os países.
Desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro, o governo dos Estados Unidos impôs novas tarifas de até 145% para as importações de vários produtos chineses, com taxas adicionais para alguns setores específicos.
Pequim respondeu com tarifas de 125% aos produtos americanos, mas não fechou a porta para negociações se Washington se pronunciasse primeiro.
As negociações do próximo fim de semana na Suíça acontecerão a pedido dos Estados Unidos, afirmou a China nesta quarta-feira.
"Qualquer diálogo deve ser baseado na equidade, respeito e benefício mútuo. Qualquer pressão ou coerção não funcionará com a China", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Lin Jian.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, participarão das negociações na Suíça.
"Espero ter conversas produtivas enquanto trabalhamos para reequilibrar o sistema econômico internacional e servir melhor aos interesses dos Estados Unidos", declarou Bessent em um comunicado.
Ele explicou em uma entrevista ao canal Fox News que as partes se reunirão no sábado e domingo na Suíça para preparar o cenário para as próximas negociações.
"Vamos estabelecer sobre o que vamos conversar. Minha sensação é que será sobre uma desescalada, não sobre um grande acordo comercial", disse. "Vamos desescalar antes de seguir em frente", acrescentou.
- Impacto -
Bessent também reconheceu que a situação "não é sustentável (...), especialmente no lado chinês". "145%, 125% é o equivalente a um embargo. Não queremos nos desconectar. O que queremos é um comércio justo", afirmou.
O Ministério das Relações Exteriores da China informou que sua delegação será liderada pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng.
Por sua vez, o Ministério do Comércio chinês ressaltou o compromisso de "defender a justiça" e apoiar seus representantes nas negociações.
Para resolver o problema, os Estados Unidos "devem reconhecer o grave impacto negativo das medidas tarifárias unilaterais sobre si e o mundo", afirmou um porta-voz do ministério chinês.
"Se os Estados Unidos dizem uma coisa, mas fazem outra, ou se tentarem continuar com a coerção e chantagem contra a China sob a aparência de conversas, a China nunca aceitará", acrescentou.
De modo paralelo, o Banco Central de Pequim anunciou uma série de medidas de alívio monetário para apoiar uma economia afetada pelo baixo consumo interno e pelos efeitos da guerra comercial com Washington.
O Banco Central anunciou uma redução de 0,5% na taxa de reserva obrigatória dos bancos para facilitar o crédito e o corte de um décimo percentual na taxa de recompra reversa de sete dias para aumentar a liquidez.
Ch.Mayr--MP