

Exportações chinesas registram alta de 8,1% em abril apesar da guerra comercial com EUA
A China anunciou nesta sexta-feira (9) que suas exportações aumentaram 8,1% em relação ao ano anterior no mês de abril, superando com folga as previsões dos analistas que apontavam o impacto da guerra comercial com os Estados Unidos.
As duas principais potências econômicas do mundo iniciarão no sábado (10), na Suíça, conversações sobre a disputa, que provocou uma queda de 17,6% das exportações chinesas para os Estados Unidos no último mês.
Em sua ofensiva tarifária global, o presidente americano, Donald Trump, impôs novas tarifas de 145% a muitos produtos chineses, que replicou com taxas de 125% às importações de Washington.
Neste contexto, os analistas entrevistados pela agência Bloomberg previam um aumento das exportações de apenas 2% em abril.
Contudo, as exportações para os Estados Unidos, um dos principais parceiros comerciais da China, caíram 17,6% em relação ao mês anterior, de 40,1 bilhões de dólares (227 bilhões de reais) para 33 bilhões (187 bilhões de reais), segundo a Administração Geral da Alfândega Chinesa.
"O dano provocado pelas tarifas americanas ainda não aparece nos dados comerciais de abril", considerou Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da consultoria Pinpoint Asset Management.
"Isso pode ser explicado parcialmente pelo trânsito das mercadorias por outros países e parcialmente pelos contratos que foram assinados antes do anúncio das tarifas", disse.
Os dados chineses também mostram uma redução das importações de 0,2%, resultado melhor que a previsão da Bloomberg de uma queda de 6%.
Os anúncios acontecem na véspera do primeiro encontro oficial entre funcionários de alto escalão dos dois países para abordar o conflito comercial.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e o representante comercial Jamieson Greer se reunirão com o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng em Genebra no sábado e no domingo.
E.Schmitt--MP