

Trump cogita reunião com líder norte-coreano e surpreende presidente da Coreia do Sul
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (25) que espera se reunir novamente com o líder da Coreia do Norte, ao mesmo tempo em que lançou um ataque extraordinário contra o mandatário da Coreia do Sul, a quem recebeu na Casa Branca.
Horas antes de o presidente Lee Jae-myung chegar para sua muito planejada primeira visita à Casa Branca, Trump recorreu às redes sociais para denunciar o que disse ser uma "Purga ou Revolução" na Coreia do Sul, aparentemente em referência a operações policiais que envolvem igrejas.
Quarenta minutos após o início de uma reunião no Salão Oval, na qual Lee elogiou profusamente Trump, o magnata republicano descartou sua própria e contundente crítica, dizendo: "Tenho certeza de que é um mal-entendido', já que "há um rumor circulando".
Trump afirmou acreditar estar na mesma linha que Lee em relação à Coreia do Norte, sendo Lee um progressista que apoia a diplomacia em vez da confrontação.
Lee, advogado que defendia direitos trabalhistas e que já criticou o Exército americano no passado, imediatamente adulou seu anfitrião e disse que Trump transformou os Estados Unidos "não (apenas) em um guardião da paz, mas em um fazedor da paz".
"Estou ansioso por sua reunião com o presidente Kim Jong Un e pela construção de uma Trump Tower na Coreia do Norte, e jogar golfe lá", disse Lee.
Kim "vai estar esperando pelo senhor", afirmou Lee a Trump.
O mandatário sul-coreano foi eleito em junho após a destituição de Yoon Suk Yeol, de postura mais beligerante, que chegou a impor brevemente a lei marcial no país.
- Antes da reunião -
Trump, que se encontrou com o norte-coreano Kim Jong Un três vezes durante seu primeiro mandato, elogiou a relação e disse que o conhecia "melhor do que ninguém, quase, exceto sua irmã".
"Um dia eu o verei. Estou ansioso para vê-lo. Ele foi muito bom comigo", disse Trump a jornalistas antes de receber o presidente da Coreia do Sul.
Trump afirmou que a Coreia do Norte tem disparado menos foguetes desde que ele voltou à Casa Branca em 20 de janeiro.
O mandatário disse uma vez que ele e Kim "se apaixonaram". Seus encontros reduziram as tensões, mas não conseguiram alcançar um acordo duradouro.
Desde então, Kim forjou uma relação próxima com a Rússia, enviando tropas para lutar contra a Ucrânia, e recusou-se terminantemente a desmantelar o programa nuclear da Coreia do Norte.
O novo presidente sul-coreano foi a Washington em busca de acordos sobre temas comerciais e para dialogar sobre a estratégia a adotar frente à Coreia do Norte, cujo líder supervisionou no sábado testes de mísseis de defesa antiaérea, segundo a agência oficial KCNA.
Lee conversou com Trump por meio de um intérprete, o que alterou o ritmo do americano, que não hesita em confrontar seus convidados.
Trump, que frequentemente acusa os aliados europeus de se aproveitarem dos Estados Unidos, deixou claro que pressionaria fortemente por uma maior compensação por parte da Coreia do Sul a seu país pelos 28.500 soldados americanos estacionados no sul da península.
De fato, Trump sugeriu que os Estados Unidos poderiam querer assumir o controle das terras onde está sua base militar, uma ideia que provavelmente enfureceria os aliados de Lee na esquerda sul-coreana.
M.Schulz--MP