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França investiga presença de nove cabeças de porco diante de mesquitas
França investiga presença de nove cabeças de porco diante de mesquitas / foto: Ian Langsdon - AFP

França investiga presença de nove cabeças de porco diante de mesquitas

As autoridades francesas abriram uma investigação, nesta terça-feira (9), após o surgimento de nove cabeças de porco em frente a seis mesquitas da região de Paris, algumas com a palavra Macron escrita em azul, e denunciaram um ato antimuçulmano "abjeto".

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Com entre cinco e seis milhões de fiéis, a França possui a maior comunidade muçulmana da Europa, assim como a principal comunidade judaica do continente.

Segundo a Agência de Direitos Fundamentais da UE, vários países relataram um aumento do "ódio contra os muçulmanos" e do antissemitismo desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023.

Pelo menos nove cabeças de porco foram encontradas, "quatro em Paris e cinco" em seus subúrbios, detalhou o prefeito da polícia de Paris, Laurent Nuñez, que não descartou "que mais possam ser descobertas".

O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou com representantes da comunidade muçulmana em Paris, a quem expressou seu "apoio", informou seu entorno à AFP.

Várias das cabeças deste animal, considerado impuro pelo islã, "tinham uma inscrição 'MACRON' com tinta azul", indicou a Procuradoria de Paris à AFP.

"Atacar locais de culto é de uma covardia abissal", afirmou na rede social X o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau.

As autoridades abriram uma investigação, mas Nuñez não descartou que possa se tratar de novas "ações de interferência estrangeira".

O prefeito se referia a casos anteriores, atribuídos a possíveis interferências, como as pinturas de estrelas de David em Paris em 2023 ou de mãos vermelhas no Memorial do Holocausto em maio de 2024.

O reitor da Grande Mesquita de Paris, Chems-eddine Hafiz, denunciou "atos islamofóbicos" que buscam dividir a França e "uma nova e triste etapa no aumento do ódio antimuçulmano".

Em frente a uma mesquita em Malakoff, ao sul de Paris, Caroline (pseudônimo) deixou nesta terça-feira três rosas brancas para mostrar seu "apoio" e "solidariedade".

"As pessoas não deveriam ter que esconder sua fé", afirmou a mulher de 40 anos.

Y.Hube--MP