Ministros europeus ameaçam Rússia com novas sanções e exigem progresso em negociações com a Ucrânia
Os ministros das Relações Exteriores de seis países europeus e a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), reunidos em Londres nesta segunda-feira (12), ameaçaram a Rússia com mais sanções e pediram progresso "sem demora" nas negociações de paz com a Ucrânia.
"Até agora, a Rússia não demonstrou nenhuma intenção séria de progredir. Deve fazê-lo sem demora", disseram os ministros da França, Alemanha, Itália, Polônia, Espanha e Reino Unido em um comunicado, juntamente com a estoniana Kaja Kallas, chefe da diplomacia da União Europeia, que compõem o grupo Weimar+.
Segundo o comunicado, os ministros concordaram em "tomar medidas ambiciosas para reduzir a capacidade da Rússia de travar guerras, limitando as receitas do Kremlin", particularmente no setor petrolífero.
Entre as medidas contra a Rússia também estaria "manter congelados seus ativos soberanos", seus fundos ou propriedades no exterior, "até que cesse sua agressão e pague pelos danos causados".
Os ministros se reuniram na capital britânica para "discussões críticas" sobre a Ucrânia, dois dias após os aliados de Kiev terem emitido um ultimato à Rússia para aceitar um cessar-fogo.
"É hora de (o presidente russo) Vladimir Putin levar a sério a paz na Europa, o cessar-fogo e as negociações", disse o chanceler britânico, David Lammy.
A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, afirmou que "são necessários dois para querer a paz e apenas um para querer a guerra. Vemos que a Rússia claramente quer a guerra".
- Acusações da Ucrânia -
Esta reunião de representantes de vários países europeus ocorreu no momento em que a Ucrânia acusa a Rússia de lançar mais de 100 drones na madrugada de domingo para segunda-feira.
"Deve haver um cessar-fogo incondicional que permita negociações de paz, que é o que queremos, em última análise, para pôr fim a esta guerra", disse o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, ao deixar a reunião.
"Realizamos uma reunião que demonstrou mais uma vez a unidade e a coerência por parte dos europeus em relação à paz na Ucrânia que todos desejamos, mas também a firmeza e a determinação de continuar apoiando a Ucrânia enquanto for necessário", acrescentou.
Albares falou de uma "semana crucial para ver quem quer paz e quem quer guerra, quem realmente sente a vontade de negociar a paz sem condições, simplesmente buscando acabar com a guerra, e quem está se envolvendo em táticas de protelação e jogos para atrasar essas negociações".
Após a reunião, os ministros conversaram por videoconferência com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, informou o chefe da diplomacia polonês, Radoslaw Sikorski.
O ministro britânico das Relações Exteriores, David Lammy, falou com Rubio no domingo, que lhe garantiu que "a prioridade número um de Washington é conseguir o fim dos conflitos e um cessar-fogo imediato", segundo Tammy Bruce, porta-voz do secretário de Estado americano.
A reunião em Londres ocorreu dois dias depois que o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Friedrich Merz, o primeiro-ministro polonês Donald Tusk e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer visitaram Kiev no marco da "coalizão de voluntários".
- Ultimato à Rússia -
A Ucrânia e seus aliados europeus, juntamente com os Estados Unidos, enviaram um ultimato a Moscou para aceitar um cessar-fogo "total e incondicional" de 30 dias a partir desta segunda-feira, caso contrário, a Rússia estaria exposta a novas "sanções massivas".
No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu que Ucrânia e Rússia se reunissem "imediatamente", sem esperar por um cessar-fogo.
Sem responder diretamente ao ultimato dos aliados da Ucrânia, Putin disse que estava pronto "para negociações sem nenhuma condição prévia" e propôs iniciá-las na quinta-feira em Istambul.
Seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, convidou Putin no domingo para um encontro "pessoal" na quinta-feira em Istambul, mas até agora não recebeu nenhuma resposta do Kremlin.
E.Schmitt--MP