

UE condena últimos bombardeios da Rússia na Ucrânia e ameaça com mais sanções
A chefe da diplomacia da UE qualificou como "inaceitáveis" os últimos bombardeios da Rússia contra a Ucrânia e afirmou que o bloco considera impor novas sanções a Moscou.
A Rússia atacou a Ucrânia esta semana com os maiores ataques de drones e mísseis desde que Moscou invadiu a ex-república soviética há mais de três anos.
"A Rússia intensificou seus ataques contra civis para causar o máximo sofrimento possível (...) e isso é inaceitável", destacou a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas.
Bruxelas está estudando impor uma 18ª rodada de sanções contra Moscou. "Também estamos negociando para limitar o preço do petróleo, o que privaria a Rússia dos meios para financiar esta guerra", afirmou Kallas à AFP em uma entrevista.
Kaja Kallas fez essas declarações à margem de uma reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) na capital da Malásia, Kuala Lumpur, e afirmou que, com sua presença lá, busca "fazer mais pressão conjunta" à Rússia.
Após os bombardeios noturnos desta semana, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, instou nesta quinta-feira seus aliados a decretarem mais sanções contra Moscou.
Quando questionada sobre os relatos que indicam que Moscou planejava envolver pessoal militar do Laos para reforçar sua ofensiva na Ucrânia, Kallas explicou que havia discutido sobre esse assunto com o chanceler do Laos nesta sexta-feira durante uma reunião.
Segundo ela, o ministro afirmou que seu país "não tem intenção nem vontade" de fornecer ajuda militar à Rússia.
Kallas indicou que "se algo assim acontecer", isso "teria consequências na ajuda" que a UE oferece ao Laos.
"Se você (Laos) contribuir para essa ameaça existencial, não podemos ter uma boa cooperação", advertiu.
- "Trabalhando muito duro" -
As declarações de Kallas chegaram um dia depois de o chanceler russo, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, terem mantido uma conversa sobre a guerra na Ucrânia à margem da reunião da Asean.
Rubio também afirmou que Lavrov lhe apresentou novas ideias para resolver o conflito que, segundo ele, seriam levadas ao presidente americano, Donald Trump, embora tenha minimizado as chances de um avanço significativo.
As tarifas americanas também foram foco das conversações no encontro da Asean.
Sobre a questão das tarifas que Washington está estudando impor a Bruxelas, Kallas explicou que não teve a oportunidade de tratar desse assunto em particular.
"Nossa equipe de comércio está trabalhando muito duro para encontrar uma solução e também para alcançar acordos (...) mas ainda não chegamos a isso", afirmou.
A UE esperava chegar a um acordo com Washington "nos próximos dias", disse um porta-voz na quarta-feira.
O bloco esperava que Trump mantivesse uma tarifa básica de 10% para os produtos da UE com isenções para setores cruciais como o de aeronaves, bebidas alcoólicas e cosméticos, disseram diplomatas europeus à AFP esta semana.
A.Gmeiner--MP