

Cuba diz que embargo dos EUA a impede de reparar sistema elétrico
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, disse nesta quarta-feira (17) que o embargo dos Estados Unidos impede que a ilha tenha recursos para restaurar sua precária infraestrutura elétrica, em um contexto de graves apagões cotidianos.
As relações entre Washington e Havana se deterioraram desde o retorno à Casa Branca, em janeiro, do presidente Donald Trump, que voltou a incluir Cuba em uma lista de "países patrocinadores do terrorismo" e recrudesceu o embargo que os Estados Unidos impõem à ilha há mais de seis décadas.
"Entre março de 2024 e fevereiro de 2025, o bloqueio causou perdas e danos estimados em 7,556 bilhões de dólares" (aproximadamente R$ 40 bilhões, na cotação atual), que prejudicam todos os setores econômicos e sociais, disse Rodríguez em coletiva de imprensa.
Este montante é 50% maior que no período anterior, quando os prejuízos chegaram a 5 bilhões de dólares (R$ 26,5 bilhões), enquanto a infraestrutura energética do país sofre uma deterioração avançada.
Além dos cinco apagões totais que afetaram o país desde outubro de 2024, os 9,7 milhões de cubanos sofrem com cortes diários de energia, que alcançaram 16 horas por dia, em média, em agosto.
O chanceler afirmou que o custo para seu país de cinco dias de bloqueio equivale a 100 milhões de dólares (R$ 530 milhões), mesma quantia requerida para o reparo de uma de suas grandes centrais termelétricas.
Ele ressaltou que 12 dias de embargo representam os 250 milhões de dólares (R$ 1,3 bilhão) que Cuba precisa para a manutenção do Sistema Eletro-energético Nacional.
Em Cuba, o serviço elétrico depende de oito termelétricas obsoletas e geradores elétricos espalhados pela ilha, que demandam o escasso combustível que o país possui para funcionar, além de uma rede também desgastada.
Até agora, a instalação de 30 parques fotovoltaicos, com a ajuda da China, não impediram os longos apagões.
O chanceler também responsabilizou o secretário de Estado americano Marco Rubio, que é de origem cubana, por impor em Washington "uma agenda pessoal e violenta", destinada a provocar uma mudança de regime em Cuba.
M.Schulz--MP