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Novo dirigente militar de Madagascar nega ter dado um 'golpe de Estado'
Novo dirigente militar de Madagascar nega ter dado um 'golpe de Estado' / foto: Rijasolo - AFP/Arquivos

Novo dirigente militar de Madagascar nega ter dado um 'golpe de Estado'

O coronel Michael Randrianirina insistiu nesta quinta-feira (16), na véspera de sua posse como novo dirigente de Madagascar, que a tomada de poder após a fuga do presidente Andry Rajoelina da ilha "não foi um golpe de Estado".

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O presidente deposto confirmou pela primeira vez que deixou o país após semanas de protestos que culminaram na tomada de poder por uma unidade militar.

"Um golpe de Estado é quando os soldados entram no palácio presidencial com armas. Atiram. Há derramamento de sangue (...) Isso não é um golpe de Estado", declarou o coronel Randrianirina à imprensa nesta quinta-feira, acrescentando que deve tomar posse na sexta-feira.

Sua nomeação como presidente pelo mais alto órgão judicial do país demonstra, segundo ele, que não "tomou o poder". "Deram-me o poder, transferiram-me o poder, é diferente", insistiu o militar.

A destituição de Rajoelina ocorreu após um movimento de protesto iniciado por jovens em 25 de setembro devido à falta de água e eletricidade.

O dirigente deixou a ilha entre os dias 11 e 12 de outubro depois que "foram feitas ameaças explícitas e extremamente sérias contra a vida do chefe de Estado", informou a presidência em comunicado na noite de quarta-feira.

As ameaças ocorreram no momento em que Rajoelina deveria realizar uma viagem oficial internacional, segundo o comunicado.

Veículos de imprensa informaram que o líder de 51 anos foi evacuado no domingo em um avião militar francês. Na segunda-feira, ele afirmou ter se refugiado em um "lugar seguro", sem fornecer mais detalhes.

Rajoelina, que chegou ao poder em 2009 após um golpe apoiado pelos militares, acusou a Assembleia Nacional de se aliar aos militares para removê-lo da presidência.

A comunidade internacional expressou alarme com os acontecimentos, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou "a mudança inconstitucional de governo em Madagascar", em comunicado divulgado nesta quinta-feira por seu porta-voz.

A União Africana anunciou na quarta-feira a suspensão de Madagascar do bloco.

Madagascar é a mais recente de várias ex-colônias francesas na África a cair sob controle militar desde 2020, após os golpes no Mali, Burkina Faso, Níger, Gabão e Guiné.

D.Richter--MP