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Trump concede isenção à Hungria para comprar petróleo russo

Trump concede isenção à Hungria para comprar petróleo russo

O presidente americano, Donald Trump, concedeu à Hungria uma isenção das sanções relacionadas ao petróleo russo, após receber nesta sexta-feira (7) na Casa Branca o primeiro-ministro Viktor Orbán, um de seus principais aliados internacionais.

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"Os Estados Unidos concederam à Hungria uma isenção total e ilimitada das sanções sobre o petróleo e o gás. Estamos agradecidos por essa decisão, que garante a segurança energética da Hungria", declarou o ministro das Relações Exteriores húngaro, Péter Szijjártó, na rede X, após o encontro.

Trump havia sugerido a medida antes, ao receber Orbán diante dos jornalistas na Casa Branca.

"É muito difícil para ele [Orbán] obter petróleo e gás de outras regiões. Como sabem, eles não têm acesso ao mar", disse o presidente americano.

Um funcionário da Casa Branca detalhou à AFP que a isenção da Hungria seria por apenas um ano.

Além disso, a Hungria se comprometeu a comprar gás natural liquefeito americano por cerca de 600 milhões de dólares (R$ 3,2 bilhões), disse o funcionário.

Orbán foi um aliado fiel de Trump desde a primeira campanha presidencial do republicano à Casa Branca, em 2016.

No mês passado, os Estados Unidos impuseram sanções às duas maiores produtoras de petróleo da Rússia, Rosneft e Lukoil, diante da recusa de Moscou em encerrar a guerra na Ucrânia.

E exigiram que países como a Hungria "se desvinculassem" das fontes de energia russas.

- 'Respeitar' a Hungria -

A nação da Europa Central depende fortemente do petróleo russo. As sanções americanas colocavam Orbán em risco político a poucos meses das eleições legislativas, que o nacionalista, no poder desde 2010, não tem garantido vencer, segundo as pesquisas.

"Eu o apoio. Ele fez um trabalho fantástico", afirmou Trump aos jornalistas.

O líder húngaro havia visitado Trump três vezes no ano passado, sempre em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida, duas delas antes da reeleição do magnata.

Os dois voltaram a expor suas afinidades ideológicas nesta sexta-feira.

Trump pediu à União Europeia (UE) que "respeite" a Hungria e seu primeiro-ministro, que se queixou das sanções financeiras impostas por Bruxelas a Budapeste por causa de suas políticas migratórias.

"Deveriam respeitar a Hungria e respeitar este líder de maneira muito, muito clara, porque ele teve razão sobre a imigração", declarou Trump, acrescentando que os europeus poderiam "se inspirar" em seu convidado.

"Você vai a alguns desses países, e agora eles são irreconhecíveis por causa do que fizeram. E a Hungria continua muito reconhecível", afirmou.

O presidente americano também implementou uma política fortemente anti-imigração desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro.

Por sua vez, Orbán pediu o início de uma "era de ouro" nas relações entre os Estados Unidos e a Hungria, retomando uma das expressões favoritas de Trump.

"Somos o único governo na Europa que se considera um governo cristão moderno. Todos os outros governos europeus são progressistas, de esquerda", declarou.

Orbán defendeu sua oposição à migração e criticou as sanções financeiras impostas pela União Europeia a Budapeste por desafiar o bloco.

"Este é o mundo absurdo em que vivemos agora na Europa", disse.

Trump, que em determinado momento chegou a considerar reunir-se com o presidente russo, Vladimir Putin, em Budapeste para tentar pôr fim ao conflito na Ucrânia, afirmou novamente nesta sexta-feira, sem dar detalhes, que acredita poder encerrar as hostilidades "em um futuro não muito distante".

S.Kraus--MP